Para quê estudar?
Deus criou-nos com dons e capacidades, entre elas, a de conhecer e adquirir conhecimento. Daí que Deus nos tenha entregue a tarefa de sermos educadores e, igualmente, educados desde a mais tenra infância – “Ensina ao menino o caminho em que deve andar e, até quando for velho, não se desviará dele”. Fazemo-lo através da educação que nos é transmitida, dos exemplos que filtramos ou interiorizamos e da vivência do dia-a-dia, à qual está inerente uma quantidade interminável de descobertas e experiências estimulantes. Mas, para além disso, o conhecimento tem de ser cultivado, sendo que devemos investir nos nossos estudos não só agora, mas toda a vida. E, na medida em que recebemos para nossa própria instrução, criamos também bagagem suficiente para partilhar com os outros, completando a vida de quem nos rodeia com as raízes e os frutos do nosso conhecimento através do serviço.
Ninguém nega que existe uma resma de coisas bem mais atractivas para ocupar o tempo que o estudo rouba. Coisas que nos dão muito mais prazer no imediato de um momento, no entanto não constroem pilares para nos realizarmos no futuro. Pois muitas das nossas escolhas agora podem dar-nos o mundo e, ao mesmo tempo, tirar-nos o chão.
Muitas vezes ainda, quando não obtemos resultados, ficamos frustrados porque consideramos que o nosso esforço para alcançar aquilo que ambicionávamos foi em vão. Mas já George Grace dizia que “Não importa o quão desmotivados estamos, Deus não nos pediu para fazer o impossível”. Na verdade, Deus apenas nos pede para tirarmos proveito dos atributos que nos concedeu e para darmos a melhor parte de nós, procurando sempre superar-nos, pois só assim se cresce.
Ainda que a vontade não esteja nos livros, somos nós que a educamos. Ainda que os olhos estejam no outro lado da janela, somos nós que os dirigimos. Ainda que possamos não encontrar razões para estudar, devemos questionar-nos acerca do que Deus pensa disso.
Deus fez-nos com dois braços, não com o intuito de os cruzarmos. Deus criou-nos com neurónios, não pretendendo que fiquem enferrujados. Deus concedeu-nos uma oportunidade incrível de aprender, não para a desperdiçarmos. Deus deu-nos inteligência, não usando-a para o mal. Deus colocou-nos em mãos aptidões diferentes, não para as enterrarmos.
A vida é uma aprendizagem constante e obrigatória, da qual cada um retira o proveito que pretende. Podemos viver apenas de inspiração ou complementá-la com a transpiração fruto do nosso esforço, empenho e determinação. Deus dá-nos as ferramentas. O desafio é, com elas, construir armas. Armas que nos protejam das provocações, abram visões, respondam às questões e O apresentem perante multidões.